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Esta merda parece o livrinho da Herta Muller, a gaja passa o tempo todo às voltas, às voltas, e a gente a ver que ela está a fazer de propósito, o inspector à espera e ela a falar disto e daquilo e do pai, que conduzia autocarros e de quando o apanhou a foder com uma jovenzinha, pouco mais velha do que ela (foi assim ou já meto água e faço passar o homem quase por pedófilo?), e novamente às voltas, sempre no eléctrico, ora a olhar o condutor gordanas que às vezes pára a máquina para se ir abastecer de folhados, ora para recordar o bêbado amoroso (mas cobarde) com quem vive. É que é mesmo assim, voltas e mais voltas, capítulos inteiros às voltas, vontade de vomitar o estômago em sangue, e nada, nem um olá, estou aqui, como foi o teu dia? Hoje preferia não me encontrar. Foda-se.