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Vamos a medo, não conhecemos aquela parte do rio e estamos todos borrados, achando que a corrente nos vai engolir. Vamos ser arrastamos como troncos de árvores. Vamos ser cadáveres. Nesse silêncio, em que uns rezem para dentro, outros se esforçam para não chorar, desenvolvemos a irmandade infantil que nos há-de manter amigos para sempre. Só os putos são guerreiros, depois toma-nos a cobardia de ser grande e parecer adulto, seja lá isso que merda for. 

Para sempre ou até que um deles peça dinheiro emprestado a um dos outros. Idiota.